Trabalhadores com ordenados baixos mais sujeitos a perder o emprego

O inquérito ao emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE) para o terceiro trimestre de 2020, indica que os trabalhadores com salários mais baixos ficaram mais sujeitos ao desemprego durante a pandemia. De acordo com o “Público”, das 11 categorias de profissões analisadas pelo INE, a categoria dos “trabalhadores não qualificados”, cujo salário médio é de 585 euros, registou uma redução de emprego de 11,4% entre o primeiro e o terceiro trimestres de 2020.

Relativamente aos “trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores”, com um salário médio de 715 euros, e aos “operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem”, cujo salário médio é de 795 euros, a redução dos números de emprego foi de 5,9% e 8,5%, respetivamente. Já no caso de “especialistas das atividades intelectuais e cientificas”, categoria com salário médio de 1375 euros, foi registado um aumento de 8%.

Um dos fatores apontado como determinante para a manutenção do emprego é o teletrabalho. Segundo o INE, 39,5% dos “especialistas das atividades intelectuais e cientificas” trabalharam a partir de casa. No entanto, entre os vendedores, trabalhadores de segurança, operadores de máquinas e “trabalhadores não qualificados”, a percentagem de teletrabalho é quase nula.

No seu relatório anual sobre salários, a Organização Mundial do Trabalho assinalou o aumento das desigualdades dos rendimentos entre o primeiro e o segundo trimestres a nível europeu. “Os países com o aumento estimado mais elevado na desigualdade são a Irlanda, Portugal e Espanha”, refere o relatório.