Sociedades estão “desajustadas” das alterações demográficas

O sociólogo António Barreto considerou esta quarta-feira que a sociedade actual está "desajustada" das alterações demográficas, pelo que faltam estruturas para responder à população mais idosa.

"As sociedades criaram os idosos pela melhoria da saúde, pelo aumento da esperança média de vida, e ao mesmo tempo não se adaptaram. As sociedades estão desajustadas", disse António Barreto, à margem da conferência "Economia, Demografia e Sustentabilidade", que esta quarta-feira se realizou na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

O presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos considerou que "as sociedades não estão preparadas para tratar os idosos que elas próprias criaram", pelo que emergem problemas como a sustentabilidade das reformas, a necessidade de cuidados paliativos e mesmo no mercado de trabalho.

"Há pessoas com 65 anos que podem trabalhar mais 10 ou 15 anos. Não é justo, a meu ver, que as pessoas com 65 anos sejam quase compulsivamente obrigadas a abandonar o trabalho", considerou.

Para António Barreto, o mais grave problema da alteração da estrutura demográfica é a "dependência dos idosos, mais do que o envelhecimento da população".