Portugal teve entre os 34 países da OCDE a maior descida da taxa de emprego no 4º trim.

Entre o conjunto da OCDE e o núcleo de países da moeda única houve tendências divergentes do terceiro para o quatro trimestre. Enquanto no grupo de 34 países a taxa subiu ligeiramente, para 65,1% da população, na zona euro houve um recuo de 0,2 pontos percentuais no nível de emprego, que passou para 63,6%.

Numa altura em que o número de pessoas que estão fora do mercado de trabalho atinge níveis recorde, a taxa em Portugal passou no final do ano passado para 60,5%. Portugal foi não só o país onde a taxa de emprego mais caiu, como o único da OCDE onde houve uma queda acima de um ponto percentual, neste caso de 1,4 pontos face ao terceiro trimestre.

A taxa de emprego das mulheres estava cerca de 10% abaixo da dos homens. Desde o início da crise financeira internacional, em 2008, o emprego caiu mais entre a população masculina do que feminina.

Já do terceiro para o quatro trimestre do ano passado, a taxa baixou na mesma proporção, mas continua a ser entre as mulheres que o nível de emprego é mais baixo (57,6%, contra 63,5% entre a população masculina).

Os dados da OCDE são conhecidos dias depois de a Organização Internacional do Trabalho alertar para a deterioração das condições de trabalho na União Europeia (UE), onde cerca de um milhão de pessoas perdeu o emprego nos últimos seis meses.

Oito dos dez países com as taxas de emprego mais baixas na OCDE são, aliás, Estados-membros da UE, onde o número de pessoas sem trabalho atinge níveis recorde. Portugal, onde a taxa de desemprego atinge já 17,5% da população activa, segundo o Eurostat, era o nono entre os 34 da organização onde a taxa de emprego é mais baixa. Primeiro está a Turquia, seguindo-se a Grécia, Espanha, Itália, Hungria, Eslováquia, Irlanda e Polónia.

A segunda maior contracção na taxa de emprego foi a da Eslováquia (0,6 pontos percentuais), seguindo-se Espanha e Estónia, onde os recuos foram de 0,5 pontos.