Portugal terá em 2012 mais 75 mil sem trabalho

O crescimento das exportações portuguesas deverá cair para metade., alerta a OCDE
A OCDE reviu ontem em baixa as suas previsões para Portugal no próximo ano, traçando um cenário em que a economia afunda 3,2% ( antes apontava para – 1,5%) e em que o desemprego sobe para valores da ordem dos 14%. Para este ano aponta para uma taxa de desemprego de 12,5%, em linha com os 12,4% contabilizados pelo Instituto Nacional de Estatística ( INE) até ao terceiro trimestre. Mas, para 2012, projecta uma subida em flecha do número de desempregados ao prever que este atinja os 13,8% e 14,2% no ano seguinte.
Tendo por base os últimos dados do INE relativamente à população activa e à taxa de desemprego, as previsões da OCDE significam que no próximo ano Portugal terá 765 mil desempregados, ou seja, mais 75 400 do que os agora contabilizados. A expectativa é que a taxa de desemprego continue a subir em 2013, para os 14,2%, atingindo então as 787 mil pessoas sem trabalho – apesar de nesse ano se antever que a actividade económica tenha já regressado para terreno positivo, crescendo 0,5%.
Para este ano a organização liderada por Angel Gurría aponta para uma contracção ligeiramente mais baixa do que inicialmente esperado: em vez de – 2,2%, espera – 1,6. Uma revisão que está em linha com as últimas afirmações de Vítor Gaspar. Mas estes dados da OCDE agora divulgados mostram essencialmente que 2012 será o ano mais duro desta crise.
A contribuir para esta recessão mais profunda que o esperado está o comportamento negativo ou em baixa de praticamente todos os componentes que contribuem para a actividade económica.
Os consumos público e privado deverão cair 4,7% e 55,% respectivamente. O investimento também se manterá em terreno negativo e de forma mais acentuada, passando de uma quebra de 11,0% para uma descida da 11,3%.