Pobres devem participar na solução. “2,8 milhões é muita gente para ficar esquecida”

 

O 7.º Fórum Nacional de Combate à Pobreza começa na terça-feira, na Figueira da Foz. “Queremos sensibilizar a população e as entidades nacionais para este fenómeno cada vez mais aflitivo”, diz presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza.
É preciso ultrapassar o assistencialismo e apresentar um plano nacional para o combate eficaz à pobreza. O estudo está feito e já foi entregue ao executivo de Passos Coelho, ainda antes das eleições legislativas.

“Fizemos essa proposta para um plano nacional, porque pensamos que o Governo, seja ele qual for, não pode deixar de pensar nesta grande massa de portugueses”, começa por explicar à Renascença o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, padre Jardim Moreira.

“Dois milhões e 800 mil é muita gente que não pode ficar esquecida. É preciso nunca ter fome, mas temos de ir mais longe. Só acreditamos que a pobreza se resolve se for atingida nas suas causas, senão estamos sempre a multiplicar os pobres e os excluídos. O problema é principalmente económico, por isso o Ministério da Economia tem de pensar nisto e não deixar só para o Ministério da Solidariedade Social”, sublinha.

Neste sentido, o padre Jardim Moreira quer ainda convidar os pobres a participar numa solução para o problema – e o que vai ser feito já a partir de terça-feira, no 7º Fórum Nacional de Combate à Pobreza, que se realiza na Figueira da Foz.

“Os pobres têm de ser convidados” a participar na solução dos seus problemas, defende. Não há uma “resposta única” para combater a pobreza, dado que as causas são “complexas, multifacetadas e plurais” e com origens na educação, na alimentação, na habitação, na saúde, no emprego, refere.

O Fórum vai também reflectir sobre o papel da Europa no combate à pobreza, no âmbito do Ano Europeu para o Desenvolvimento.