Pedidos de mediação do crédito disparam no final do semestre

Em tempo de crise, são muitas as pessoas que se vêem a braços com a impossibilidade de cumprir as suas obrigações perante as instituições que lhes concederam créditos. Sinal disso é que os pedidos de intervenção por parte do Mediador do Crédito aumentaram consideravelmente nas últimas semanas do primeiro semestre do ano.

Foram muitas as famílias portuguesas que entraram em 2011 já com dificuldades económicas, agravadas após o pedido de ajuda externa por parte de Portugal. Reflexo disso foi o aumento do número daqueles que recorreram à ajuda de João Amaral Tomaz, actual Mediador do Crédito. "O número médio de entradas de pedidos, em algumas semanas, subiu para o dobro daquilo que costumava entrar", revelou Amaral Tomaz ao Diário Económico. Para o responsável, este aumento reflecte não só "o facto de o público conhecer melhor a figura do mediador do crédito", mas também o aumento do número de pessoas que necessita de mediação devido ao actual contexto de crise.

São muitas as pessoas que correm actualmente risco de entrar em incumprimento, e que muitas vezes não conseguem renegociar os termos dos contratos de concessão de crédito junto das instituições financeiras. Ao Mediador do Crédito cabe, precisamente, mediar as relações entre cliente e instituição e garantir que ambas as partes estão a fazer os possíveis para que sejam cumpridos os contratos em vigor. Uma situação que, no futuro, se revelará vantajosa para ambas as partes. É que a entrada em incumprimento por parte de uma família leva a instituição de crédito a ter um prejuízo maior, para além de pesar numa futura tentativa de obtenção de financiamento por parte de quem entrou em ‘default’, devido ao histórico registado