Pedidos à AMI sobem 85% em três anos

Desde 2008, o número de pessoas que procuraram ajuda junto dos serviços sociais da Fundação de Assistência Médica Internacional ( AMI) quase duplicou. Em 2011, foram mais de 14 420 as pessoas que pediram apoio à AMI. Três anos antes rondavam as sete mil por ano as pessoas ajudadas.
Segundo o comunicado ontem divulgado pela fundação presidida por Fernando Nobre, e com base em dados ainda provisórios, foi de 14 420 o número de pessoas ajudadas ao longo do ano. “São sobretudo cidadãos de nacionalidade portuguesa com habilitações literárias, de um modo geral, baixas: o 1. º ciclo ou menos”, frisa a AMI.
O aumento da procura de ajuda tem vindo a crescer de forma sustentada nos últimos anos. Depois dos cerca de sete mil pedidos em 2008, no ano seguinte foram 9370 as pessoas que procuraram a AMI para obter apoio. Em 2010, o número aumentou para 12 380.
A nível geográfico, no Grande Porto ( Porto e Vila Nova de Gaia) a pobreza mais do que duplicou, registando um crescimento de 109% entre 2008 e 2011, enquanto na Grande Lisboa ( centros de Almada, Cascais, Chelas e Olaias) registou- se um aumento de 71%.
Uma das situações que preocupa os responsáveis da AMI, face às respostas dadas por quem procura ajuda junto da instituição, é o facto de que “nem sempre ter trabalho é garantia de não necessitar de recorrer a serviços e apoios sociais”. Segundo as respostas dadas “em entrevistas de atendimento social, os principais recursos de subsistência destas pessoas são o apoio de familiares ou amigos ( 43%)”, frisa a AMI, indicando que 20% das pessoas que pediram apoio têm um trabalho, mas o rendimento obtido é insuficiente.
Entre as necessidades apresentadas por quem procura a AMI, a alimentação domina os pedidos, correspondendo a 66% das solicitações. “Só em géneros alimentares, no âmbito do Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados, a AMI forneceu, em 2011, 1100 toneladas em géneros alimentares.