Número de casas em leilão duplicou nos últimos três anos

Os leilões de casas entregues aos bancos pelas famílias que deixam de conseguir pagar o empréstimo duplicou nos últimos anos e o mesmo aconteceu com o número de imóveis que vai à praça. Em 2011, as duas leiloeiras que dominam este mercado – a Euroestates e a Uon – realizaram quase 70 leilões com cerca de 4700 imóveis. Este ano esperam- se novas subidas, mas não tão acentuadas.
A comparação entre 2008 e 2011 não deixa margem para dúvidas: cada vez mais famílias e empresas estão a devolver as casas e espaços comerciais aos bancos e os leilões refletem esta realidade. Há três anos, a Euroestates e a então LusoRoux ( atual Uon) levaram à praça 2100 imóveis. No ano passado, foram já 4700. O ritmo de leilões também se intensificou: de pouco mais de três dezenas, aumentaram para mais de 70 no ano passado e este ano deverão ascender aos 80. A par desta subida, também tem mudado a tipologia das casas que chegam aos leilões.
Hoje em dia “comercializamos imóveis de norte a sul do país, desde apartamentos a moradias, passando por escritórios, armazéns e lojas”, precisou o diretor comercial da Euroestates, Digo Pitta Livério. Mas há três anos não era assim e o imóvel tipo que ia à praça erat2 ou T3 localizados nos arredores de Lisboa e do Porto.
A perceção de Ana Luísa Ferro, diretora comercial da Uon, vai no mesmo sentido e assinala igualmente uma maior diversificação. “No passado havia uma grande incidência de T2 e T3 nas coroas metropolitanas de Lisboa e Porto, mas atualmente a abrangência geográfica é nacional”, precisou Ana Luísa Ferro, acentuando que nos leilões é frequente surgirem lojas de bairro e moradias de vários tamanhos.
Os dados facultados pela Uon revelam ainda que dos 2700 que a leiloeira levou à praça em 2011, pelo valor de 108 milhões de euros, foram vendidos 1050.
O preço obtido na venda destes imóveis ascendeu aos 57 milhões de euros, o que traduz uma média unitária de 54 200 euros. Os mesmos números permitem ainda concluir que entre o preço base de licitação e o valor de compra se registou um aumento médio de 14 mil euros. A Euroestates não revelou dados sobre o valor das vendas, mas adiantou que em média as casas que vão a leilão surgem com um desconto médio de 30% face ao praticado no mercado.