3º Encontro do Observatório: A articulação entre as políticas sociais e as políticas de habitação

Neste terceiro encontro, reunimos várias pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social e habitacional. Os Encontros do Observatório são debate temáticos que pretende envolver vários actores na discussão de temas e problemáticas prementes e actuais na sociedade portuguesa, procurando assim abordar os diferentes problemas de forma multidimensional.

3º Encontro do Observatório sobre articulação das políticas de habitação com as políticas sociais

No ano de 2011 o Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa (OLCP) irá focar a sua atenção no tema da habitação e na sua relação com a pobreza, incidindo sobretudo na articulação entre as políticas sociais e as políticas de habitação. A finalidade principal do OLCP é a sistematização da inúmera informação dispersa que existe sobre estas temáticas e a elaboração de propostas concretas.

De Outubro de 2010 a Outubro de 2011, 571 986 crianças e jovens deixaram de ter direito a abono de família

“A verdade é que nos tiraram o abono de família. Parece que nos estão a dizer que somos ricos e por isso não temos direito….”, diz Manuela Morais, 34 anos, a trabalhar nas finanças. A licenciada em Economia, casada e com um filho de dois anos, foi uma das pessoas afectadas pelos cortes em vigor há um ano. Nos últimos doze meses – de Outubro de 2010 a Outubro de 2011 –, 571 986 crianças e jovens deixaram de ter direito a receber o abono de família do Estado.

Governo cortou 33% nos apoios a crianças e jovens

O Governo está a conseguir poupar a sério nos apoios a crianças e jovens e, com isso, a ter grande sucesso no cumprimento das metas do défice público definidas para este ano. A fatia que mais contribui para esta rubrica são os abonos de família, incluindo as contribuições a crianças com necessidades especiais, por exemplo. Do lado da receita, destaca- se a enorme quebra na tributação dos dividendos e participações nos lucros.

Alteração no perfil das famílias que pedem ajuda: muitos dos novos pedidos vêm de famílias de classe média

São casos de agregados que perderam o direito a algum tipo de subsídio, noutras um ou os dois membros do casal ficaram no desemprego ou em situações de emprego precário. “Há ainda casos de famílias que não conseguem aguentar as medidas de austeridade já impostas pelo Governo”, revela Eugénio Fonseca. Para lá disso, e associado a estas dificuldades, estão também a aumentar as situações de famílias que não conseguem suportar as elevadas mensalidades do crédito à habitação que têm de pagar ao banco ou das rendas de casa e que, por isso, também procuram ajuda junto da Cáritas