Nível do desemprego jovem já vale 70% do espanhol Eurostat indica que já existem 811 mil sem trabalho em Portugal.

Nível do desemprego jovem já vale 70% do espanhol Eurostat indica que já existem 811 mil sem trabalho em Portugal, algo nunca visto.

Desses, 153 mil têm menos de 25 anos. Taxa dos jovens é a que mais sobe na Europa em fevereiro
Espanha tem sido, nos últimos anos, um dos países europeus com piores registos nos fenómenos do desemprego jovem e total. Mas Portugal está a aproximar- se perigosamente dessa realidade. Agrande subida deu- se nos últimos 12 meses, mostra o Eurostat.

A incidência do desemprego jovem em Portugal já vale cerca de 70% do nível registado emespanha. No desemprego total nacional, a situação é parecida.

Segundo o instituto estatístico europeu, que ontem divulgou os dados ajustados sobre o desemprego nos 27 países da Europa até fevereiro, 35,4% dos jovens portugueses ( menos de 25 anos) está sem trabalho. Em Espanha, esta taxa ronda 50,5%. Ou seja, a força do desemprego jovem em Portugal ( pessoas desempregadas em função da população ativa total) já equivale a 70% da espanhola.

Ainda segundo o Eurostat, os últimos 12 meses foram marcados por um agravamento acelerado desta situação. Desde o início de 2008, já a crise financeira tinha começado, Portugal “ganhou” 43 mil jovens desempregados. Desses, cerca de 33 mil entraram nas fileiras do desemprego no último ano.

As contas do Eurostat mostram que havia 153 mil pessoas com menos de 25 anos sem trabalho e que o total nacional já superava os 811 mil casos. Isto significa que ataxa de desemprego total fixou- se em 15% em fevereiro, número nunca visto na história dademocracia portuguesa.
Segundo os dados, o desemprego jovem português ( número de pessoas) registou a segunda maior subida da União Europeia, logo a seguir à Holanda, que registou um agravamento de 29% face a fevereiro de 2011, embora a taxa deste país seja muito mais reduzida, cerca de 9%). Em Portugal, o aumento foi de 28% no contingente de jovens sem trabalho, ao passo que a taxa saltou 8,5 pontos percentuais, o maior agravamento daeuropaem fevereiro. Cerca de 60% dos jovens com emprego ganhamenos de 600 euros mensais.

Em Espanha, país com um historial muito desfavorável em matéria de trabalho, o desemprego jovem aumentou, mas menos do que em Portugal: mais 7% para 928 mil casos, enquanto a taxa se agravou em seis pontos percentuais.

O Governo reconhece que há umasituação grave por resolver. Em fevereiro, o ministro Miguel Relvas avançou com a coordenação de uma comissão para estudar medidas de combate ao problema, recuperando umaideia antiga de Durão Barroso. De entre várias ideias, o Executivo propôs a Bruxelas a medida “passaporte emprego”, para ajudar entre 35,5 mil a 91 mil jovens com “bolsas de apoio” para as empresas que os contratarem. Tudo dependerá da generosidade da Comissão, se liberta 140 milhões ou 335 milhões de euros para o efeito.

Para os ministros das Finanças e da Economia, a principal causa do desemprego jovem está na“rigidez do mercado de trabalho”, que protege os empregos dos mais velhos.

 
Mas ainda ontem vários observadores queixaram- se de que o maior problema está na falta de iniciativas para promover o emprego e a recuperação das empresas, designadamente mecanismos que libertem crédito bancário.