Mulheres mais afectadas pelo desemprego e ganham menos

A mulher portuguesa está a casar mais tarde, tem menos filhos, trabalha a tempo inteiro, está em maioria nas faculdades, mas ainda ganha menos do que os homens nos quadros superiores e quando o desemprego bate à porta é a mais afectada. De acordo com informação da Pordata, divulgada pela Lusa em vésperas do Dia Internacional da Mulher, elas estão em maioria no que diz respeito à população residente em Portugal, representando, em 2009, 52% da população.

As portuguesas casam em média cinco anos mais tarde do que na década de 1970. Nessa altura, a média de idade no primeiro casamento rondava os 23,7 anos, enquanto em 2009 passou para os 28,6 anos. Também o nascimento do primeiro filho, passou dos 23,6 anos em 1970, para os 28,6 anos, agora. Consequentemente, Portugal está atrás da União Europeia quando se fala do número médio de filhos por mulher. Por cá é de 1,37 e na UE é de 1,60.

Os dados da Pordata revelam que em 2009 havia 53,4% de mulheres matriculadas em cursos superiores e que nesse mesmo ano 59,3% do total de diplomados eram mulheres. No entanto, quando a questão é a remuneração, é possível constatar que as mulheres quadros superiores recebem em média menos 28% do que os quadros superiores masculinos. Se em 1985 uma mulher quadro superior ganhava 1024,7 euros ( a preços constantes de 2006), actualmente ( 2009) ganha 1696,3 euros. Em 2009, o salário médio de um homem quadro superior era de 2371,7 euros. É também entre as mulheres que a falta de trabalho é mais alta, registando-se em 2009 uma taxa de desemprego entre os 15 e os 74 anos de 10,2% contra 8,9% nos homens.