Mercado laboral mais cruel para as mulheres

Ganham 79,6% da média e têm taxa de desemprego mais alta.
A desigualdade entre sexos no mercado português é mais profunda que a disparidade nos lugares de administração, já que se estende por todo o universo empresarial. A começar pelos salários: “O ganho médio mensal das mulheres era 79,6% do valor médio dos homens. Em Outubro de 2010, esse valor era de 78,2 %”, refere o boletim estatístico do emprego de Julho de 2014, da responsabilidade do Gabinete de Estratégia e Estudos, do Ministério da Economia.

Em termos práticos, esta diferença significa que, se em média os homens levam para casa perto de 1200 euros mensais, as mulheres levam menos 240 euros, o que num ano com 14 remunerações significa uma diferença superior a 3400 euros – quase três salários num ano.

Além da diferença salarial, também o acesso ao mercado será mais difícil para o sexo feminino. É que, além de o desemprego das mulheres ser recorrentemente mais alto que o dos homens – hoje em 14,3% contra 13,5% -, também são as mulheres que compõem a maioria dos trabalhadores em situação de subemprego. “No 2.o trimestre de 2014, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial era composto maioritariamente por mulheres (62,4%)”, refere a publicação “Estatística do Emprego – 2.o Trimestre de 2014”, do INE.

Por fim, o próprio emprego acaba por ter um impacto mais negativo nas mulheres que nos homens, e “os problemas de saúde relacionados com o trabalho continuaram em 2013 a ser referidos com maior frequência pelas mulheres”, sobretudo ao nível de stresse, depressão ou ansiedade, “problema identificado com maior frequência pelas mulheres como mais grave (19,4% face a 13,5% nos homens)”, salienta a publicação do INE.