Há vida na Mouraria venceu Orçamento Participativo deste ano

Há vida na Mouraria venceu OP deste ano, que premiou ainda mais quatro projectos, num investimento total de cinco milhões

Os lisboetas querem ver vida na Mouraria. Pelo menos, é o que dizem os resultados da quarta edição do Orçamento Participativo ( OP) da capital, ganho pelo projecto Há Vida na Mouraria, que visa organizar uma série de iniciativas de valorização e promoção da coesão social daquele bairro alfacinha. Naquela que foi a edição mais votada de sempre, os cidadãos tornaram ainda possíveis mais quatro propostas: a qualificação da Alameda da Cidade Universitária, a construção de um parque de estacionamento na freguesia de Benfica, a quarta fase da implementação do parque urbano do Rio Seco, na Ajuda, e a primeira fase da requalificação do parque urbano do Vale da Ameixoeira.

“ É o software [ aplicações] que vem complementar o hardware [ estruturas] iniciado pela autarquia.” Foi assim que Graça Fonseca, vereadora da Modernização Administrativa e da Descentralização, resumiu aos jornalistas o projecto vencedor do OP. Isto porque às obras de reabilitação um pouco por toda a Mouraria, lançadas na semana passada pela câmara, vão juntar-se, a partir de Janeiro e de acordo com a proposta, diversas iniciativas que visam, entre outras, promover a identidade cultural do bairro, um melhor acesso dos seus habitantes à saúde, qualificação e emprego e uma maior abertura do território à cidade.
Orçado num milhão de euros, o projecto abrange quatro freguesias e tem um prazo de execução de dois anos, à semelhança dos restantes premiados. Em segundo lugar, com um orçamento de 800 mil euros, ficou a qualificação da Alameda da Cidade Universitária, logo seguida da construção de um parque de estacionamento em Benfica, da quarta fase da implementação do parque urbano do Rio Seco, na Ajuda, e da primeira fase da requalificação do parque urbano do Vale da Ameixoeira.
No total, o montante investido pela autarquia nas ideias concretizadas e eleitas pelos cidadãos é de cerca de cinco milhões de euros, um valor que corresponde a 5% do investimento total da câmara. Por isso, admitiu Graça Fonseca – tal como António Costa já havia feito –, a quantia reservada para a próxima edição do OP “ pode não ser igual à deste ano”, uma mudança que, a verificar-se, não afectará os projectos vencedores ontem divulgados nos Paços do Concelho e cuja execução nunca começará antes de 1 de Janeiro.
Concluídos estão já os cinco premiados da primeira edição do OP ( 2008) – a construção de sete ciclovias, o rebaixamento de passeios em vários locais da cidade, a criação de um corredor verde entre o Parque Eduardo VII e Monsanto, a segunda fase da qualificação do parque urbano do Rio Seco e um novo espaço verde na Quinta dos Barros. Já dos 12 projectos de 2009, foram terminados seis – como o evento cultural Pop Up ou as obras de beneficiação da EB1 Teixeira Gomes –, estando os restantes em fase de execução.
Este ano, estiveram em votação 228 projectos, resultantes de 808 propostas, tendo sido registados 17 887 votos, um número superior aos das três edições anteriores. Em relação a 2010, ano em que participaram 11 570 pessoas, registou- se um aumento de cerca de 50%. Isto quando, em 2008, tinham sido apenas 1101 os cidadãos a contribuir com o seu voto.