As rendas sociais das 12500 casas pertencentes ao Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) estão a sofrer uma actualização que em alguns casos poderá levar a aumentos na ordem dos 400%, disse ao CM Vítor Reis, presidente do IHRU
"As rendas não são actualizadas há 30 anos. Neste espaço de tempo, as famílias tiveram alterações, pelo que hoje há núcleos familiares com rendimentos mensais de 1500 euros e pagam uma renda de 20 euros. Um valor que não é compreensível e que deverá ser actualizado", referiu.

Vítor Reis explicou que a passagem do regime de renda social a renda apoiada faz com que esta oscile de acordo com os rendimentos do agregado familiar, pelo que estima que "haja cerca de 5% das famílias cuja renda baixa".

O processo é para estar pronto até final do próximo ano, alteração que irá implicar um aumento das receitas do IHRU dos actuais quatro milhões de euros anuais para cerca de dez milhões de euros.

Hoje, a renda média paga por casa é de 27 euros. Concluído o processo, Vítor Reis estima que a média de rendas passe para 70 euros. O valor mínimo das rendas sociais, neste momento, é de dois euros. Com a passagem à renda apoiada, o mínimo será de 4,85 euros, o que representa uma subida de 142%.

O presidente do IHRU quer colocar em ordem as contas do instituto e esclarece que, definidos os aumentos, "quem não paga as rendas é despejado". Vítor Reis acrescenta que neste momento há uma taxa de 15% de incumprimento que considera "significativo". "Há casos de rendas entre os cinco e os dez euros que nunca foram pagas. As dívidas são de 700 mil euros por ano e há um acumulado de 3 milhões de euros", acrescentou.