Discriminação combate-se com Educação

 

Cada vez mais raparigas e rapazes de etnia cigana estudam para lá da primária. A tradição cede à crise das feiras, que obriga a novas aptidões escolares, ao básico, ao secundário, até ao superior. No Dia Internacional do Cigano, o Expresso conta nove histórias de quem rompe as barreiras da discriminação com Educação, mantendo-se 100% cigano.

“Caracterização neutrónica e dosimétrica do alvo de espalação do espectrómetro de tempo de voo do CERN”. Este é o título da tese de mestrado de Piménio Ferreira, 29 anos, engenheiro físico, atualmente com uma bolsa de investigação no Campus Tecnológico e Nuclear do Instituto Superior Técnico. O caminho até lá chegar foi quase tão complicado quanto o tema que lhe deu o grau de mestre. É cigano, de pai, de mãe, de família, da comunidade da Ericeira. E nunca quis ser outra coisa. Quis e quer acumular a etnia que tem com a educação em Física que quis seguir. Não são incompatíveis, garante.

“Tive a sorte de ter uns pais que nunca cortaram as pernas aos filhos. O meu irmão mais velho quis sair da escola no sétimo ano e eles deixaram. Eu quis continuar os estudos e também não houve problema. Eu não nasci exceção para ser exceção. A exceção é o caminho que me permitiram seguir”, explica no seu gabinete particular do Campus, onde passa horas agarrado ao computador. “Eu não tinha mesmo perfil para a vida das feiras”, diz a rir, lembrando o esforço que fazia para acordar cedo, aguentar o frio, o calor e as picuinhices dos fregueses.

Nunca teve muitos colegas ciganos, mas a partir do 7º ano ficou sozinho. Era o único e assim se manteve até acabar a universidade. A discriminação étnica, direta ou velada, acompanhou-o, mas foi diminuindo à medida que foi progredindo nos estudos. “É engraçado que o facto de ter estudado amplificou a minha necessidade de me sentir cigano, porque ao sair do meu meio fui obrigado a confrontar-me com o tratamento diferenciado e a defender os meus direitos. As pessoas confundem a cultura da exclusão social com a cultura cigana e não é nada a mesma coisa”.

Adorou físico-química, venerava o professor pardal aos quadradinhos, os livros do Dr. Who, carros voadores e o x-man. Sonhava com a ideia de ser mutante nas horas perdidas na biblioteca local. Quando os pais tiveram a carrinha apreendida pela ASAE, devido a um problema de contrafação, a junta de freguesia ajudou-o a continuar os estudos, com a venda de livros e latas para reciclagem. Nos três últimos anos de liceu o esforço foi dele: teve sempre bolsa de mérito.

Hoje é um ativista. Para destruir estereótipos criou o blog “Cigano.tv”, pertence ao Conselho Científico do Observatório das Comunidades Ciganas (Obcig) e foi um dos peritos de acompanhamento do Opré Chavalé – “Erguei-vos jovens”, em romani -, o primeiro projeto nacional de integração de jovens de etnia cigana no ensino superior. Promovido pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, em parceria com a associação Letras Nómadas, colocou este ano onze jovens ciganos na universidade. Para eles Piménio é o exemplo a seguir: educação sem assimilação, com estudos mas sem nunca deixar de ser cigano.

TERESA VIEIRA, 26 ANOS
Estudante do 1º ano de Sociologia no ISCTE, em Lisboa
Teresa Vieira, 26 anos, voltou na segunda-feira ao seu trajeto diário de carro até à estação do Pinhal Novo e daí de comboio até Lisboa, para as aulas de Sociologia no ISCTE. Tudo normal, se ela não fosse cigana. Mulher cigana casa cedo, cuida da casa, dos filhos, do marido, vai para o mercado. Mas a tradição está a mudar, devagarinho. “As feiras deixaram de dar dinheiro. Antes, os meus pais faziam mil contos num dia. Hoje, nem 10 euros se for preciso. Os meus pais perceberam que tinha de estudar. Confiaram em mim e eu sou 100% certinha.”

Como mulher teve mais barreiras para derrubar. Portugal tem a maior disparidade de género na comunidade cigana, lê-se no último estudo da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia: 45% das mulheres com 16 ou mais anos são analfabetas em comparação com 23% dos homens, e 40% das mulheres nunca foram à escola, o que só acontece a 21% dos homens.

Teresa é económica nas palavras mas diz o essencial. Não sabia que curso tirar, mas percebeu que Sociologia era o caminho a trilhar, porque sempre foi muito observadora e quis perceber como é que as pessoas se interligam. Conquistou um lugar no Ensino Superior graças ao projeto Opré Chavalé.

Mudou de casa muito cedo. Teve sorte. Vivia num bairro social do Seixal, no Fogueteiro, numa comunidade cigana fechada e conservadora, onde todos se conhecem. A nova morada ficava num local onde as mentalidades eram diferentes, o que a ajudou a continuar a estudar sem ser mal vista – dentro da comunidade as raparigas deixam de ser boas para casarem porque estão em contacto com rapazes e isso “não é bom”.

Teresa é uma exceção e sabe disso. Quando acabar o curso, quer ser mediadora e trabalhar com a comunidade cigana. Os objetivos continuam, mas as raízes nunca as vai perder: “temos de proteger aquilo que somos e de onde viemos”.

JOSÉ FERNANDES, 18 ANOS
Estudante do 1º ano de Eletrónica e Automação Naval, na Escola Superior Náutica Infante D. Henrique (Oeiras)

José Fernandes – ou Oli, para os mais próximos – passa os dias rodeado de sistemas digitais, de automação naval e de instalações flutuantes marítimas. É o que aprende nas aulas do curso técnico superior de Eletrónica e Automação Naval que frequenta na Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, em Paço de Arcos. Aos 18 anos, está a terminar o primeiro ano letivo e, até agora, tem tido boas notas, apesar da muita matemática. Quando acabar o curso, pode prosseguir os estudos e licenciar-se naquilo que quer: Engenharia Eletrónica.

Candidatou-se ao curso por iniciativa própria. O Opré Chavalé bateu-lhe à porta mais tarde, quando já estava a estudar. É agora um dos 11 jovens ciganos no Ensino Superior com o apoio deste projeto pioneiro, através do acompanhamento a nível de métodos de estudo: Oli estuda uma a duas horas por dia – educou-se para não falhar um único dia. Para o ano está garantido também o apoio financeiro.

O Ensino Superior nem sempre fez parte dos sonhos de José. Mas fez nos do seu pai, que se licenciou em Direito, na Universidade do Algarve, onde moram todos. A atitude do pai deu-lhe incentivo para também ele querer continuar a estudar. E “fugiu” da tradição cigana – agora vive com os tios em Oeiras -, embora esteja a ser uma adaptação conturbada. Por um lado defende que a tradição cigana tem restrições “benéficas”, como a mulher não ter telemóvel ou redes sociais para conhecer outros rapazes e manter-se pura, e só equaciona casar com uma rapariga de etnia cigana. Por outro lado, José começa a ter a noção de que não é o pensamento mais correto. Acredita que vai ser a idade a amadurecer o seu pensamento.

Como rapaz, não é mal visto dentro da comunidade cigana por estudar e não estar na feira, como dita a tradição. Quando terminar a Licenciatura, José quer passar pelo menos um ano no mar – é que já aprendeu muito sobre essa matéria, desde apagar fogos num navio até fazer o suporte básico de vida.

FRANCISCO AZUL, 23 ANOS
Estudante do 2º ano de Serviço Social no ISCSP, em Lisboa
Francisco cresceu no bairro social da Quinta da Mina, no Barreiro. Nunca gostou de estudar e era um “baldas” – preferia jogar à bola na rua onde vive em vez de ir às aulas. Depois percebeu que teria que continuar os estudos, porque a principal fonte de dinheiro da comunidade cigana – as feiras – vai acabar. Da necessidade veio o gosto, até chegar ao Ensino Superior. Francisco está no segundo ano da Licenciatura em Serviço Social no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.

Nunca se viu como um cigano “normal” – o facto de estudar e estar na faculdade é um dos pontos diferenciadores. É um out of the box. Continuar na escola foi uma decisão consciente dele e dos seus pais, que queriam que o filho tivesse um futuro diferente do deles – ambos são analfabetos. Mas desde cedo que Francisco sente aquilo a que chama “discriminação indireta suavizada”: “A sociedade maioritária [assim denominam os não ciganos] não fala mal de mim à minha frente, mas atrás sei que sim e que diz que não faz sentido um cigano estar na faculdade. É um pré-conceito da minha pessoa”, explica. Francisco sente muitas vezes que está a roubar o lugar de alguém da “sociedade comunitária” – mas gere os sentimentos da melhor forma que consegue: falando com todos os colegas.

Dentro da comunidade, sente a prisão da tradição. Amigos e primos já lhe disseram que não valia a pena estudar e que já devia estar a “render dinheiro” na feira. Francisco quer outro futuro: ajudar o próximo com a sua licenciatura, desconstruir estereótipos e inverter a tendência cigana de casar, ir para o mercado ou sobreviver com trabalhos precários. Pensa que pode ser um exemplo: o sobrinho de 12 anos já lhe disse que quando for grande quer ser como ele e ter dinheiro para comprar o que quiser. Por agora, e através da escola, da ajuda dos professores, de muitos colegas e da igreja evangélica Filadélfia, Francisco encontrou o seu “Eu”. Daqui a um ano, quer tirar um mestrado em Relações Internacionais ou Ciências Políticas.

TÂNIA OLIVEIRA, 35 ANOS, E MARISA OLIVEIRA, 36
Uma é aluna do 1º ano de Animação Socioeducativa no ESEC, em Coimbra; a outra vai candidatar-se à universidade este ano
Tânia Oliveira tem 35 anos e desde pequena que sente que é diferente. Queria estudar, mas não via isso em todos as crianças ciganas. Saiu da escola muito cedo, quando a comunidade já lhe dizia que estava a ficar velha para estudar. Mas o sonho da menina nascida e criada na Figueira da Foz não se evaporou. Quando a oportunidade surgiu, tirou o 9º ano através do programa Novas Oportunidades. Em 2014, apareceu o Opré Chavalé – mais uma possibilidade de prosseguir os estudos. E foi o que fez: aos 35 anos, Tânia entrou no ESEC (Escola Superior de Educação de Coimbra) no curso de Animação Socioeducativa em regime pós-laboral. “Sempre quis sentir-me realizada profissionalmente e como mulher cigana. Nunca cruzei os braços”.

Os pais não a impediram de continuar os estudos. Há quatro meses, a par da faculdade, Tânia começou a trabalhar na Câmara Municipal da Figueira da Foz com crianças com necessidades especiais. É um contrato de emprego de inserção. Até ao momento, tem conseguido conciliar faculdade e trabalho, mas está a ter dificuldades porque passou muitos anos sem estudar. Retomar tem sido um processo complicado. Este é um dos receios da sua irmã mais velha, Marisa Oliveira, que vai seguir as pisadas de Tânia: vai para a faculdade este ano, também através do projeto de apoio à educação cigana. “Quem me dera ter tido um Opré Chavalé em criança.”

Marisa – que é uma das mediadoras do projeto – vai com todo o apoio que pode desejar: é casada há 11 anos com Bruno Gonçalves, vice-presidente da Associação Letras Nómadas e também estudante do primeiro ano da licenciatura de Animação Socioeducativa.

Tânia e Marisa foram criadas pela mãe, Maria Celeste Oliveira, separada do marido há já muitos anos. Foi uma lutadora, como gostam de relembrar – trabalhou sem a ajuda de ninguém, e nunca desistiu de dar uma boa educação às filhas, apesar de só ter aprendido a ler e a escrever depois de adulta. Sempre as apoiou a perseguirem os seus sonhos e hoje está orgulhosa do percurso. “Sempre tivemos as mentes abertas, mas podemos agradecer-lhe porque nunca nos negou o que fosse. Ensinou-nos tudo o que tínhamos que saber. Está a ser uma luta difícil, mas vamos conseguir”.

NOEL GOUVEIA, 41 ANOS, E JAIR GOUVEIA, 35
Ela mediadora, ele pastor evangélico e feirante, ambos com o 9º ano, vão candidatar-se este ano à universidade
Noel Gouveia cresceu na tradição cigana. Pelo caminho conheceu a escola primária e lembra-se de descobrir um mundo novo. Ficou fascinada com o que podia aprender e nunca pôs em causa desistir. Estudou até ao sétimo ano. Depois, por vontade dos pais, foi retirada da escola. Agora, aos 41 anos, vai retomar os estudos na faculdade, em Serviço Social no ISCTE.

Quando o pai morreu, em 1996, a sua mãe, Olga Mariano, 66 anos, passou a ser o pilar da família. Educou os três filhos sem a ajuda de ninguém. E a ela própria: somou cursos de reconhecimento de competências até completar o 12º ano, sem nunca se afastar “um milímetro” da sua cultura.

Também Noel decidiu ir além do que a tradição cigana estipula. Tirou um curso de mediadora, em 2000, no Seixal. No mesmo ano, passou a ser um membro diretivo da AMUCIP, a primeira associação em Portugal que defende os direitos das mulheres ciganas. Um ano depois, mergulhou noutro curso para reforço de Mediação durante três anos, na Grécia. Depois, outra formação de mediação em Estrasburgo, França. Tirou o 9º ano através do programa “Novas Oportunidades”.

Noel sempre teve uma vida ativa sem esquecer os costumes. Mas teve que superar muitas barreiras. Como mulher cigana, não pode andar sozinha. Em todos os cursos que tirou, tinha que estar acompanhada pela sua mãe. “Eu ia para a escola à noite, e a minha mãe esperava por mim à porta da escola. Foi para a Grécia e Estrasburgo comigo, porque de outra forma não conseguia tirá-los”.

Agora vai para a faculdade – é um orgulho. Está ansiosa pelos desafios que terá nestes três anos. Casada desde os 32 anos com um homem da “comunidade maioritária”, Noel diz ser totalmente apoiada pelo marido, Miguel Louzeiro Fernandes. Os irmãos, mais novos, celebram cada barreira ultrapassada pela “mana mais velha”. Mas Noel não vai sozinha para a faculdade – não pode: o irmão mais novo, Jair Gouveia, vai acompanhá-la nesta nova fase das suas vidas.

“Sempre vi os meus amigos não ciganos a crescerem e a terem oportunidades que eu nunca tive. Se eles podem, porque é que eu nunca pude? Aos 35 anos decidi agarrar este sonho que deixei fugir em tempos.”, explica Jair. Em novo até quis continuar a estudar, mas sentia-se a mais na escola – os primos já não o acompanhavam e acabou por desistir. Uma decisão que mais tarde lamentou. Hoje quer ser psicólogo – diz ter um dom para ouvir, adquirido por ser pastor na igreja Filadélfia. Os prazos de inscrição no ISCTE só abrem no dia 15 de abril, mas Jair já esteve na faculdade. Nos minutos em que a pôde saborear, teve uma certeza: o seu lugar é lá dentro.

Casado há 16 anos e pai de três meninos, Jair quer ser um exemplo para os filhos, dar-lhes um incentivo para estudarem. As gerações mais antigas não tinham a Educação como exemplo, só as feiras – que ele não vai abandonar. Já tem tudo preparado na sua cabeça: leva a mulher para a feira, em Benfica, vai para a faculdade – que termina às 12h30 -, e depois volta para a feira. “Sempre achei que não ficaria apenas pelas feiras. Era um “feeling”, diz em gargalhadas.

Em adolescente, foi modelo da agência L’agence, tirou um curso de manequim e de modelo fotográfico. Ganhou concursos e era procurado para “muitas sessões fotográficas”. Depois, veio o casamento. E depois os filhos, os sobrinhos, a feira. O sonho de estudar ficou cada vez mais longe. Agora voltou para as suas mãos. “É um orgulho, e espero que a comunidade perceba que eu não deixo de ser cigano porque vou para a faculdade. Continuo a ser o mesmo Jair: o que fala alto, o que se ri de tudo, o que vende nas feiras, que é pastor na igreja, pai, marido, filho. Não perco as minhas raízes, nunca. E é isso que a minha comunidade tem que perceber.”

LUANA MAIA, 18 ANOS
Professora de hip-hop e estudante do 1º ano de Qualidade Alimentar, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana do Castelo
Desde pequena que Luana Maia sonhou ter uma vida distinta. Orgulhosamente cigana, nunca enjeitou as raízes e costumes da etnia do pai, mas, talvez por a mãe ser da “comunidade maioritária” sentia-se uma menina diferente. Aos 18 anos, a filha mais velha de André e Duda Maia frequenta o 1º ano do curso de Qualidade e Segurança Alimentar, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, com o apoio do projeto Opré Chavalé. O curso não foi a primeira escolha. A média foi insuficiente para Gestão Artística.

Fiel ao princípio “querer é poder”, transmitido pela mãe, no próximo ano vai tentar novamente ingressar num curso ligado ao mundo da dança, sonho que parcialmente já concretiza na Hall Street Dance, a sua escola de hip-hop em Darque, onde dá aulas a 12 crianças. Foi mais um obstáculo ultrapassado, a juntar à busca de conhecimento fora da comunidade e à libertação do trabalho da casa e do cordão comunitário das feiras.

“É a primeira descendente da família a a ir além do 9º ano, a primeira de Viana e julgo que do Minho a entrar num curso superior”, diz satisfeita Duda, a mãe, 39 anos, ativista da igualdade do género que por amor enfrentou os pais e a família do marido. Com o casamento aceitou algumas tradições ciganas, mas não abdicou do direito ao ensino dos três filhos. Além de Luana, Nancy, de 15 anos está no 9º ano, e o filho mais novo, Hernâni, de 11 anos, no 4º ano.

O pai, primeiro com alguma relutância, “também concordou” que fizesse um curso superior, desde que “se porte bem, seja honrada e não se envolva com rapazes não ciganos”. A família paterna continua, porém, a olhar com preconceito a escolha de Luana, bem diferente do caminho das primas, uma das quais recém-casada aos 15 anos. “Nunca quis ser vista como provocadora”, confessa, reconhecendo que nem sempre é fácil o equilíbrio entre dois lados “igualmente preconceituosos”.

No 8º ano quase desmoralizou com alguns professores que lhe perguntavam o que “andava a fazer na escola, se estava destinada para casar e tomar conta dos filhos”. Agora, sabe que dificilmente será bem aceite por um rapaz de etnia cigana de Viana. “Talvez no Porto”, comenta. Ou em Espanha, onde a Duda diz que a mentalidade cigana está 50 anos à frente.

Na faculdade, só as colegas mais chegadas sabem que Luana é cigana. “Não escondo as minhas origens, mas também não as apregoo. Não faz sentido, se acho que ciganos e não ciganos devem ser aceites como iguais”.