Este valor é significativamente mais alto que os 12,4% de taxa de desemprego anunciados pelo INE para o terceiro trimestre do ano, que é a taxa mais elevada desde que o INE acompanha o desemprego (segundo trimestre de 1983), quer desde que há registo nas séries longas do Banco de Portugal, que no caso do desemprego remonta a 1953 e utiliza um conceito mais lato que o actual.

O valor mais elevado alguma vez registado para Portugal é no entanto a taxa de 12,9% hoje avançada pelo Eurostat, que reviu em alta os valores de Julho a Setembro, para 12,6% em Julho e Agosto e 12,8% em Setembro, quando antes eram de respectivamente 12,4% e 12,5%.

O Eurostat utiliza uma metodologia de cálculo diferente da do INE, entrando com dados deste instituto e dos registos de desempregados nos centros de emprego do IEFP para elaborar as suas estimativas. Como o INE só apresenta dados trimestrais e o Eurostat vai apresentando valores mês a mês, estes são muitas vezes revistos após saírem os valores do INE relativos ao trimestre anterior, como é hoje o caso.

É de notar que o conceito oficial de desemprego é relativamente restrito, e não abrange as pessoas desencorajadas que não fazem diligências para encontrar emprego, apesar de estarem interessadas num posto de trabalho, as quais fariam disparar os valores oficiais do desemprego.

A taxa de desemprego deverá continuar a aumentar nos próximos meses, atendendo às medidas de austeridade que entretanto entraram em vigor e às que foram decididas pelo Governo para 2012. As previsões apontam aliás nesse sentido.

A Comissão Europeia prevê que a taxa de desemprego em Portugal fique este ano nos 12,6% e em 2012 em 13,6%, subindo ainda para 13,7% em 2013. O Governo, no Orçamento para 2012, prevê 12,5% este ano e 13,4% no próximo