Desemprego. Mais de 1,8 milhões em situação precária

Portugal fechou o primeiro trimestre do ano com uma taxa de desemprego de 17,7%, ou seja, 952,2 mil residentes em Portugal em idade activa não tinham qualquer ocupação profissional no final de Março. Este número compara com os 819,3 mil de-sempregados que existiam em Portugal no primeiro trimestre do ano passado, ou com os 689 mil existentes há dois anos.
Os dados que o Instituto Nacional deEstatística (INE)ontem divulgou mostram também que em Março havia mais 258 mil portugueses em situação de subemprego e 628 mil trabalhadores a tempo parcial, elevando para 1,85 milhões o total de residentes no país em idade activa sem emprego ou funções a tempo completo. São cerca de mais 270 mil pessoas que em Março de 2011, e mais 100 mil que em Março do ano passado.
O crescimento do desemprego de longa duração é outro dos dados preocupantes entre aqueles que o INE divulga trimestralmente. Se em Março de 2011 havia 365 mil desempregados nessa situação há pelo menos 12 meses, em Março do ano passado o valor saltou até aos 416,2 mil, tendo agora chegado aos 560,5 mil. Ou seja, e em relação ao total de de-sempregados, é de sublinhar que, no primeiro trimestre de 2012, 50,8% dos desempregados eram de longa duração, valor que este ano saltou até aos 58,9%.

Jovens pagam crise Nos últimos dois anos desapareceram 30% dos empregos para jovens entre os 15 e os 24 anos, faixa etária em que o total de empregados baixou de 321,6 mil em Março de 2011 para 272 mil no mesmo mês de 2012 e agora para 228 mil. Este esmagamento levou a que o desemprego nesta faixa etária passasse de 27,8% para 42,1% nos dois anos terminados em Março último. Também entre os jovens dos 25 aos 34 anos a destruição de empregos tem sido muito elevada nos últimos dois anos, com o desaparecimento de 17% dos empregos nesta faixa etária – os 1,2 milhões de empregados com esta idade em 2011 tornaram-se hoje 995 mil. Já nas faixas etárias seguintes o total de empregos recuou até 5,9%.

Homens voltam a liderar O desemprego entre os homens voltou a superar os números para as mulheres, uma raridade mas que já antes tinha ocorrido, ainda que pontualmente. No final de Março deste ano os homens apresentavam um desemprego de 17,8%, contra os 17,5% das mulheres. A existência de um desemprego maior entre os homens só tinha ocorrido uma vez, e no terceiro trimestre do ano passado:então em 16% contra 15,4%.
Refira-se por fim que o Algarve e a Madeira chegaram a Março com um desemprego superior a 20%, o que é uma estreia no caso madeirense.