32 mil famílias deixaram de conseguir pagar os créditos

Segundo o "i", isto significa que, por dia, 176 famílias entraram em incumprimento, mais de 29% que no primeiro semestre do ano passado – ou mais 40 famílias por dia. Os dados foram divulgados pelo Banco de Portugal.

No total, 660.762 famílias tinham prestações de crédito em atraso em Junho, ou seja, 14.3% do total de portugueses com empréstimos contraídos junto da banca (4.62 milhões de famílias) não conseguia honrar os seus compromissos, um agravante face aos 13.8% no final de 2010.

O aumento do incumprimento reflecte as restrições orçamentais crescentes das famílias. O aumento do desemprego e dos impostos, a par da redução dos salários, levam as famílias a confrontar-se com quebras do rendimento disponível, que as impedem de cumprir algumas das suas obrigações financeiras.

Até ao final de Setembro o Banco de Portugal vai melhorar a informação sobre empréstimos em incumprimento, uma imposição da troika, ao mesmo tempo que o governo vai constituir um grupo de trabalho para preparar planos de contingência contra o elevado endividamento dos particulares e das empresas.

Para já, o programa de emergência social, apresentado pelo Ministério da Solidariedade e Segurança Social, prevê que algumas das casas entregues aos bancos por incumprimento das famílias sejam disponibilizadas no mercado social de arrendamento, com preços abaixo da média do mercado