Inaugurada hoje a primeira Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental em Lisboa

300 novas vagas nos continuados de saúde mental

Anúncio feito no em que se sabe que há cada vez mais jovens com problemas de saúde mental, a pressão dos pais é uma das principais causas.
O primeiro-ministro afirmou, esta sexta-feira, que o Governo vai criar num ano mais 300 vagas em unidades de cuidados integrados continuados na área da saúde mental. António Costa falava após ter inaugurado uma unidade de cuidados continuados integrados de saúde mental numa residência do Restelo, em Lisboa.

“Mais importante do que a eficiência na alocação de recursos é que esta forma de abordagem de enquadramento das pessoas que continuadamente sofrem de saúde mental permite melhores resultados no tratamento, na reinserção e autonomização dos doentes. Por isso, nos próximos 12 meses, o objetivo do Governo é criar 300 novas camas para cuidados continuados integrados na área da saúde mental”, disse.
Uma revelação feita numa altura em que se sabe que há cada vez mais jovens com problemas de saúde mental. Os pais são responsáveis por exercerem pressão sobre jovens para um melhor desempenho escolar, levando a um aumento da ansidedade. Nos estudantes verifica-se um aumento de casos de depressão, tentativas de suicídio, auto-mutilação e até anorexia masculina,algo que antes não acontecia.

Os professores e os psicólogos escolares são os primeiros a verem que algo não está bem. Aida Rita é psicóloga num agrupamento escolar que tem mais de 2 mil alunos, desde o ensino básico ao secundário. Depara-se frequentemente com estas situações, mas como o psicólogo na escola trata mais de situações pedagógicas, acaba por encaminhar os processos para o Serviço Nacional de Saúde.

Mas aí começam os problemas.”Primeiro tem de ir ao médico de família, este tem de estar sensibilizado perceber que é uma situação de foro mental”, mas encaminha para um psiquiatra e não para um psicólogo.

A falta de psicólogos nos Hospitais é notória e no caso do tratamento dos jovens, estes profissionais seriam determinantes para trabalhar mudanças de comportamentos e atitudes.

Há 31 anos a trabalhar como psicóloga, Aida Rita considera que os sintomas de ansiedade nos jovens são criados cada vez mais pela pressão exercida pelos pais. “Começa logo no pré- escolar. Têm que estar na melhor escola, na melhor turma, estão sempre em competição”. Depois vem a exigência pelas melhores notas para entrarem na faculdade, tudo é pedido aos jovens, que vivem cada vez mais numa sociedade que os leva a terem problemas do foro psicológico.