Dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) indicam que, em Outubro de 2010 (a primeira vez que se contabilizou o desemprego tendo em conta a situação laboral do cônjuge), existiam em todo o Continente 1530 casais em que ninguém tinha trabalho; em Abril de 2011 eram já 4617. Destes, 1960 casais, ou 43% do total, viviam no Norte.

Este fenómeno ganhou especial importância com o encerramento de empresas em que trabalhavam famílias inteiras, avança o DN. No Vale do Ave, por exemplo, a crise nos têxteis e no vestuário fez com que ficassem sem sustento os trabalhadores mais velhos.

"Estou casasdo há 35 anos. Conheci a minha mulher na fábrica Riopele, quando fui trabalhar para lá. Ela era uma tecedeira e eu trabalhava na tinturaria. Foi lá que começámos a namorar e casámos. Agora a empresa mandou-nos aos dois embora", referiu um desempregado, de 55 anos, cuja esposa, de 53 anos, mostra preocupação pelo futuro: "Quando o subsídio de desemprego acabar, no próximo ano, não sei o que vai ser da minha vida", diz a antiga operadora têxtil.

Em Abril de 2011, estavam inscritos nos Centrios de Emprego 517 mil desempregados, dos quais quase 263 mil (50,8%) eram casados ou viviam em união de facto