Portugal tem a oitava maior taxa de pobreza infantil entre os países membros da OCDE

 A taxa de pobreza infantil em Portugal é de 16,6%, um valor superior à média dos países da OCDE (12,7%) e a oitava maior entre os países membros do grupo. Os números são da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), hoje publicados.

No documento intitulado "Doing better for families", que refere dados da última década, Portugal aparece atrás de Israel, do México, da Turquia, dos Estados Unidos, da Polónia, do Chile e de Espanha. Dinamarca (3,7%), Noruega (4,2%) e Finlândia (5,5%) têm as menores taxas de pobreza infantil.

Portugal lidera na queda da taxa de mortalidade infantil (que caiu em quase todos os países da OCDE) em crianças dos 0 aos 14 anos, desde 1970, tanto por ferimentos acidentais como intencionais. 

 
Em Portugal, tal como na Eslovénia e nos Estados Unidos, a percentagem de crianças que vive em famílias em que os dois pais têm emprego é, regra geral, elevada, com mais de 60% das crianças a viverem em famílias cujos pais trabalham a tempo inteiro. 

Mulheres portuguesas em maioria no mercado laboral 
As mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho, com as portuguesas a representar já mais de 60% da força laboral, um valor ligeiramente acima da média dos países da OCDE (59,6%).

O estudo "Doing better for families" conclui ainda que as mulheres participam cada vez mais em trabalhos remunerados, apesar das diferenças na intensidade laboral entre homens e mulheres.

Em Portugal, a diferença entre a percentagem de mulheres e homens que trabalham em regime parcial é menor do que nos restantes países da OCDE, nos quais 21,7% das mulheres trabalham a tempo parcial, contra apenas 4,4% dos homens. No caso português, menos de 10% do emprego feminino é em “part-time”.

Por oposição, na Alemanha, Holanda, Suíça e Reino Unido mais de 35% do trabalho feminino é em regime parcial.

No que se refere à fertilidade, Portugal é o segundo país da OCDE com menor taxa de fertilidade, seguido da República Checa. Nos dois casos – e também no caso da Federação Russa –, mais de 30% das mulheres têm apenas um filho.

Em contrapartida, em França, na Noruega, na Polónia, na Suécia e nos Estados Unidos pelo menos 30% das mulheres têm três ou mais filhos.