Taxa de pobreza ou exclusão social baixou em 2020 (INE)

A taxa de pobreza ou exclusão social apurada pelo Instituto Nacional de Estatística em 2020 situou-se em 19,8%, contra 21,6% um ano antes, de acordo com os dados provisórios sobre rendimento e condições de vida hoje divulgados.

“Em 2020, a taxa de privação material dos residentes em Portugal diminuiu para 13,5% (15,1% em 2019) e a taxa de privação material severa para 4,6% (5,6% em 2019)”, especificou o INE.

A informação recolhida sobre privação material, de abril a setembro de 2020, confirmou a tendência para a redução da privação, exceto no caso da falta de capacidade financeira para ter uma refeição de carne ou de peixe (ou equivalente vegetariano), pelo menos de dois em dois dias, que aumentou de 2,3% em 2019 para 2,5% em 2020.

O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2020 sobre rendimentos do ano anterior, revelou também que 16,2% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2019 ( 17,2% em 2018), mantendo-se a tendência para a redução deste indicador.

A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2019, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto) inferiores a 6.480 euros anuais (540 euros por mês).

De acordo com o indicador que conjuga as condições de risco de pobreza, de privação material severa e de intensidade laboral per capita muito reduzida, dois milhões pessoas encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social em 2020, tendo em conta os rendimentos de 2019.

A taxa de pobreza ou exclusão social em 2020 foi de 19,8%, contra 21,6% no ano anterior.

Apesar da redução observada, 38% das pessoas viviam em agregados sem capacidade para pagar uma semana de férias por ano fora de casa (menos 2,0 pontos percentuais (p.p) do que em 2019), indicou o INE.

Da mesma forma, 30,7% das pessoas viviam em agregados sem capacidade para assegurar o pagamento imediato, sem recorrer a empréstimo, de uma despesa inesperada de 500 euros, o que corresponde aproximadamente ao valor mensal da linha de pobreza no ano anterior (em 2019, a proporção foi de 33,0%, para uma despesa inesperada de 470 euros).

Em 2020, continuou a ser na região Centro que se registou a taxa de privação material severa mais baixa do país (3,4% dos residentes na região).

As regiões autónomas continuam a ter as taxas mais elevadas de pessoas em privação material severa: 9,6% na Região Autónoma dos Açores, “pese embora a redução de 3,5 p.p. em relação ao ano anterior”, e 11,0% na Região Autónoma da Madeira (mais 3,7 p.p. do que no anterior), concluiu o INE.