Lisboa tem 361 pessoas a viver na rua, mas autarquia quer resolver problema até 2021

Plano municipal de apoio às pessoas sem-abrigo para o triénio 2019-2021 prevê um investimento de 4,3 milhões de euro e vai ficar em discussão pública.
A zona histórica de Lisboa é aquela onde há mais sem-abrigo registados pelos serviços da câmara de Lisboa. E a freguesia de Santa Maria Maior é a que tem mais pessoas nessa situação. Estes dados fazem parte do retrato publicado no “Plano municipal para a pessoa em situação de sem-abrigo 2019/2021″, documento que foi esta quarta-feira apresentado na reunião da vereação liderada por Fernando Medina (PS) e que agora ficará em discussão pública.
Este plano prevê um investimento de 4,3 milhões de euros para as várias vertentes do apoio às pessoas consideradas sem-abrigo e que passa por socorrer situações de emergência, de transição para casas onde podem ficar e de inclusão na sociedade. E segundo o vereador dos Direitos Sociais na Câmara de Lisboa, Manuel Grilo (BE), a ambição de tirar todas as pessoas em situação de sem-abrigo da rua até 2021.”A minha visão é retirar todas as 361 pessoas da rua no decorrer deste plano municipal para as pessoas em situação de sem-abrigo”, disse o autarca do BE, na reunião pública do executivo, a decorrer esta tarde nos Paços do Concelho, no âmbito da discussão do Plano Municipal para a Pessoa em situação de Sem-Abrigo (PMPSA) 2019-2021, aprovado por unanimidade para efeitos de submissão a discussão pública.
De acordo com o documento a que o DN teve acesso, no final de 2018 havia na cidade 2473 pessoas consideradas em situação de sem-abrigo, destas 1967 viviam em acolhimento temporários da responsabilidade da autarquia e 361 viviam na rua.
No levantamento feito pela câmara, a zona onde foram detetados mais casos foi a área histórica da capital (38,7%), zona centro (25,6%), ocidental (19,8%) e norte/ocidental (10,3%).

Esse levantamento permitiu ainda perceber que a freguesia de Santa Maria Maior é onde existia em 2018 mais sem-abrigo (24,2%), seguindo-se Arroios (16,3%) e S. Vicente (11%).

No que diz respeito às nacionalidades, a grande maioria é português (70%). No topo três estão cidadãos referenciados como de países europeus (11,4%) e dos PALOP (9,3%).

O documento da autoria do pelouro dos Direitos Sociais, liderado pelo vereador Manuel Grilo (eleito pelo Bloco de Esquerda) faz referência aos projetos que estão em vigor na cidade com o objetivo de acompanhar estas pessoas.

As cerca de três dezenas de programas englobam o apoio individual (satisfação das necessidades básicas e preparação para terem autonomia), a inclusão (fomentar a autonomia social e profissional) e o apoio na área da saúde, social e psicológica.