AMI diz que pedidos de apoio não param de aumentar

Segundo a AMI, só nos primeiros seis meses deste ano recorreram aos seus serviços de apoio social um total de 4.695 pessoas, o equivalente a 64 por cento do valor total de pessoas que recorreram à AMI durante os 12 meses de 2007.

A grande maioria destas pessoas encontra-se em plena idade activa, entre os 21 e os 59 anos de idade.

A pobreza persistente, refere a AMI em comunicado, agravou-se e os elevados números de novos casos continuaram ao longo do primeiro semestre de 2008, com 1.400 pessoas a recorrer pela primeira vez ao apoio social da AMI.

O principal motivo verbalizado de recurso aos centros sociais Porta Amiga é a precariedade financeira.

Segundo a AMI, que apresenta este balanço na véspera do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, o serviço que maior procura registou neste período de tempo foi o de distribuição de géneros alimentares, roupa e medicamentos.

Um total de 74 pessoas beneficiaram do serviço de Apoio Domiciliário da AMI nestes primeiros seis meses, com 93 por cento dos utentes na faixa etária sénior, ou seja, acima dos 70 anos de idade, um número muito acima da média anual verificada ao longo dos últimos 8 anos.

Por seu lado, os Abrigos Nocturnos verificaram também uma maior afluência de novos casos de homens sem-abrigo relativamente ao número total do ano anterior.

Também nas equipas de rua (que servem as cidades de Lisboa, Porto e Vila Nova de Gaia) a AMI observou este fenómeno de crescimento.

Nos primeiros seis meses do ano, foram registados 60 novos casos, contra os 85 que a AMI atendeu durante todo o ano de 2007.

Estes números dão conta de uma "situação alarmante" relativamente ao "crescente fenómeno" de pessoas em situação de sem-abrigo.

Este balanço, refere a AMI, "retrata uma situação preocupante no que respeita à capacidade da AMI e de outras ONG/IPSS darem respostas que impeçam o alastrar da pobreza em Portugal".